Por Octavio Guedes e Gabriel Barreira
Gratidão é uma palavra que não existe no dicionário de Bolsonaro. Se ele tivesse este sentimento, jamais atacaria a urna eletrônica que garante o sustento dele e de sua família desde a década de 90.
Levantamento feito pelo repórter Gabriel Barreira indica que Bolsonaro e os familiares foram eleitos 19 vezes, o que garantiu 76 anos de mandatos para o clã. Quase um século de salários garantidos. Salários dos parlamentares eleitos pela franquia política com a marca Bolsonaro, além dos ganhos de assessores nomeados, obrigados a fazer rachadinha segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Da primeira eleição eletrônica em 1996 a 2020, sempre houve um Bolsonaro candidato.
Jair, Flávio, Carlos, Eduardo e até uma de suas ex-mulheres, Rogéria, fizeram a vida na política.
O total de votos despejados neles ao longo desses 25 anos foi de 115.228.634, incluindo os dois turnos de 2018, como mostra esse levantamento.
A teoria conspiratória de que o “sistema” se volta contra Bolsonaro para não elegê-lo esbarra num pequeno detalhe: os fatos.
Corria o mês de maio de 1999. FHC era o presidente e Jair defendeu empilhar seu corpo numa guerra civil. “Matando uns 30 mil, começando com FHC”.
Durante os dois mandatos tucanos, apesar das ameaças, a urna eletrônica elegeu Bolsonaros cinco vezes.
Depois veio Lula, a quem Bolsonaro chamou de ladrão, mafioso, corrupto e mentiroso — como registram as notas taquigráficas da Câmara dos Deputados.
E, enquanto o petista foi presidente, a urna eletrônica elegeu a família do capitão em outras seis oportunidades.
Se a urna é fraudável, por que FHC e Lula não tiraram Bolsonaro do pleito? E por que ela seria fraudada agora, justamente quando o capitão é o líder máximo da nação?
Com informações do G1