Transplantados correm perigo com a interrupção da produção de remédio pelo laboratório do Exército

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A TV Globo exibiu uma reportagem que chama a atenção para a incapacidade da atual gestão do Governo Federal brasileiro. Está faltando medicamento para transplantados, que são produzidos pela Fiocruz e pelo laboratório do exército brasileiro.

Os imunossupressores baixam a imunidade do organismo para que o corpo não rejeite o órgão transplantado. Os principais remédios são o tacrolimo, fabricado pela Fiocruz, e o micofenolato de sódio, fabricado pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército – ambos são distribuídos pelo Ministério da Saúde a todos os estados do Brasil. “A princípio, esses dois remédios são tomados a vida inteira após o transplante”, diz um médico que realiza transplantes no país a anos.

Fora do SUS, esses medicamentos podem custar de R$ 2 a 3 mil por mês. Desde dezembro, há registros de falta desses medicamentos em pelo menos 14 estados e no Distrito Federal, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Oitenta mil pacientes fazem uso diário desses imunossupressores.

Um ofício enviado pelo Ministério da Saúde ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde, no documento do dia 18 de dezembro, o ministério admite que a quantidade de micofenolato distribuída permitiu atender 50 dias da programação do 4° trimestre. Ou seja, a medicação durou do começo de outubro até meados de novembro. Por um mês, o remédio não foi distribuído.

Na tarde dessa quinta (11), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde afirmou, em nota, que a irregularidade na distribuição dos medicamentos atinge todo o Brasil desde o início do 4° trimestre de 2020.

Além da falta de imunossupressores, o Sistema Nacional de Transplantes, que centraliza toda a notificação e distribuição de órgãos no Brasil, está sem coordenação desde 29 de janeiro. A médica Daniela Salomão, ex-coordenadora, foi exonerada pelo ministro Eduardo Pazuello dez dias depois de uma reunião em que mencionou a dificuldade para alertar o ministro sobre a gravidade da falta dos medicamentos.

Um dos participantes da reunião afirmou que a exclusividade dos laboratórios da Fiocruz e do Exército na fabricação dos medicamentos dificulta o atendimento da demanda. Daniela Salomão disse que já vinha tentando alertar o ministério sobre a gravidade do assunto.

Curioso é que faltam medicamentos para pacientes que precisam deles para sobreviver, mais sobra medicamento para combater a covid-19, que não serve.

O Exército informou que tem 328 mil comprimidos de cloroquina em estoque no laboratório. A fabricação saltou de menos de 100 mil comprimidos por ano para 3,2 milhões em 2020.

Com informações do G1