Os cuidados com alunos neuroatípicos vem sendo palavra de ordem de vários gestores, mas o cenário atual ainda muito distante para se atingir o ideal. É o que mostra a pesquisa feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que envolveu 828 escolas das 13 Gerências Regionais de Educação de Pernambuco. Nessas unidades há 17.555 estudantes neuroatípicos, sendo 9.070 com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nem todos os diretores têm conhecimento disso.
A pesquisa do TCE apontou que 87% informaram ter neuroatípicos matriculados. Só que apenas 52% informaram que conseguem oferecer o Atendimento Educacional Especializado (AEE) a todos os estudantes que necessitam. Isso se dá porque admitem que são apenas 39% de professores capacitados e 34% dos espaços físicos adequados.
Em 50% das escolas não há capacitação para o Plano Educacional Individual (PEI). Já 62% unidades de ensino não emitiram ou não comprovaram qualquer PEI entre 2021 e 2024.
O levantamento do TCE aponta que 67% dos professores são parcialmente capacitados, 26% aptos e 7% inaptos. Mas 61,4% dos professores não realizaram capacitação para trabalhar com estudantes com TEA. Ainda de acordo com a pesquisa, 57% dos 3.244 profissionais de apoio afirmaram não terem capacitação para a função.
Estado e prefeituras terão acesso à pesquisa e, certamente, serão cobradas a melhorar essa situação, que é séria e afeta milhares de famílias pernambucanas.