Pernambuco tem a menor média de água consumida por dia entre os estados brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22) mostra que, no estado, o volume médio de água consumido por dia, por residência, é de 302,3 litros, sendo que a média, no país, é de 420 litros. Os dados são referentes a 2017.
A pesquisa do IBGE considera que, em cada domicílio, vivem três pessoas, em média. De acordo com a Organização das Nações Unidas, o consumo de água suficiente por pessoa é de 110 litros por dia. No Brasil, essa média é de 140 litros por dia por pessoa. Em Pernambuco, por sua vez, esse número ficou em 100,7 litros.
A pesquisa apontou, ainda, que Pernambuco tem 165 municípios com alguma estrutura no setor, como estações de tratamento de água (ETA) e unidades de tratamento simplificado (UTS).
No entanto, em 17 cidades, elas não estão em operação. Essa água é recebida, no estado, por 2,4 milhões de economias ativas, que são domicílios ou unidades comerciais com abastecimento de água onde houve pagamento de conta e/ou consumo.
De todas as economias ativas em Pernambuco, 95% são residenciais. No estado, há uma cidade que não tem abastecimento de água, que é Inajá no Sertão.
Esse dado é da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic). Dos outros 184 municípios com água canalizada, 75% (138) tiveram algum tipo de racionamento de água em 2017.
Essa proporção é bastante superior à brasileira, já que, no país, 20,8% municípios com água encanada tiveram racionamento. No Nordeste, são 42,5% dos municípios com água canalizada que tiveram racionamento no ano de referência.
O motivo mais citado para o racionamento, de acordo com a pesquisa, é o de seca ou estiagem (68% dos municípios), seguido por insuficiência de água no manancial (60% dos municípios).
Cada cidade podia citar mais de um motivo para o racionamento. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico detectou, ainda, que em 42% dos municípios pernambucanos, os episódios de racionamento de água duraram de 1 a 10 dias, mas 41% sofreram com o racionamento por mais de seis meses.
Dos 138 municípios que sofreram com o racionamento em algum momento de 2017, em 94 deles houve uma ou mais soluções alternativas oferecidas pelas entidades responsáveis pelo abastecimento para levar água à população.
A solução aplicada em 91% dos municípios foi a de distribuir água em locais públicos. Em 10% deles, houve a contratação de carros-pipa.
A pesquisa mostrou, ainda, que 50,9% da água tratada no estado é perdida no processo de distribuição. Dos 1,47 milhão de metros cúbicos de água tratados por dia, são consumidos apenas 721 mil. Este é um índice superior ao do Brasil (39,9%) e ao do Nordeste (44,5%).