Com quase seis meses após a divulgação dos primeiros casos de Covid-19, feita em 12 de março, Pernambuco teve, desde então, uma série de mudanças e adaptações à pandemia. Nesta sexta-feira (11), o estado passa por um momento de maior estabilidade dos números, mas o vírus continua circulando e, por isso, os cuidados precisam ser mantidos para evitar a contaminação.
Em março, mês da chegada do novo coronavírus ao estado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou 413 pacientes. O mês também foi marcado pela confirmação da primeira morte de uma pessoa com a doença no estado. Ao todo, 13 pernambucanos infectados pela Covid-19 perderam a vida nesse mês.
A confirmação de circulação do novo coronavírus no estado trouxe medidas rígidas de isolamento social. Escolas, comércio e escritórios fecharam as portas por determinação do governo estadual.
Em contrapartida, cresceu o movimento nas unidades de saúde e foi preciso construir hospitais de campanha para atender os pacientes, que começaram a fazer fila na espera por leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Em abril, mais 13.209 pessoas foram infectadas e 1.067 morreram devido à doença. Além de não haver túmulos suficientes nos cemitérios, os parentes das pessoas que faleceram não tinham tempo para se despedir, já que o protocolo dos sepultamentos tem normas rígidas de isolamento para evitar o contágio.
O mês de maio foi considerado o pico da pandemia no estado, de acordo com especialistas. Foram 25.137 pernambucanos infectados. Entre os pacientes, algumas pessoas lutavam pela vida e por vagas nos leitos.
Ainda no quinto mês do ano, o governo precisou decretar uma quarentena mais rígida no Recife e em Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Jaboatão dos Guararapes.
Com a determinação, algumas das ruas dos municípios ficaram completamente vazias, mas, em outros locais, houve registros de aglomeração e de desrespeito à ordem das autoridades sanitárias.
Em junho, teve início a retomada de algumas atividades econômicas, mas de forma gradual, já que os números ainda estavam altos. Nesse mês, foram confirmados 25.380 casos, com a maior parte dos pacientes apresentando sintomas leves. Apesar de não precisarem de internação, esses pacientes eram capazes de transmitir o vírus.
Também houve uma queda no número de mortes em relação a maio. Mesmo assim, 1.596 pessoas perderam a vida. Nesse sexto mês de 2020, também houve o início da interiorização do vírus.
O aparecimento de casos no interior impediu a realização da tradicional festa de São João de Caruaru, no Agreste. No dia 24, ao invés de celebração, foi publicado um decreto determinando quarentena mais rígida na cidade e também em Bezerros, município vizinho. Dos mais de mil óbitos em junho, 128 eram de moradores dessas duas cidades.
O mês de julho, por sua vez, registrou recorde de notificações de pessoas com a Covid-19. Segundo o governo do estado, isso ocorreu devido à ampliação da testagem de casos leves. Ao todo, foram 38.257 pessoas infectadas no estado neste mês, sendo 70% delas moradoras do interior.
Nesse mês, a SES registrou casos em todos os municípios do estado, além de Fernando de Noronha. De acordo com os dados divulgados pelo governo, 1.144 pessoas faleceram em julho, sendo 664 do interior e 480 da Região Metropolitana do Recife (RMR).
No início de agosto, o número de pessoas doentes passou a crescer no Sertão. Foi a vez de Araripina e Ouricuri enfrentarem uma quarentena mais rigorosa. Ainda assim, mais de 8,4 mil pessoas adoeceram em todo o sertão de Pernambuco nesse mês.
Em todo o estado, foram 27.772 pessoas infectadas. Até a quinta (10), foram registradas, em agosto, 726 mortes, uma queda de mais de 70% em relação a maio, mês do pico da pandemia.
Em setembro, os últimos dados divulgados pelo governo foram atualizados até a quarta (9). São 3.392 casos de Covid-19 notificados até essa data, além de 62 mortes. Do total de óbitos, 37 pessoas são do interior e 25 da RMR. A maioria das pessoas infectadas já se recuperou, o que representa cerca de 86% dos infectados. O estado tem, ainda, 10.015 pernambucanos doentes. A maior parte, 7,3 mil pessoas, adoeceu em agosto e setembro e seguem em tratamento.