O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (7), que a invasão das sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 foi “grave”, mas “não uma (tentativa) de golpe” de Estado. A declaração foi feita durante entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB). “Entendo que (os condenados) estão recebendo penas muito severas”, disse ele.
“O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas. E não teve isso”, continuou. “É um assunto que divide a Casa, que gera tensionamento com o Judiciário e o Executivo. Por isso, o nosso cuidado em tratar sobre o tema. Eu não posso chegar aqui dizendo que vou pautar anistia na próxima semana ou não vou pautar de jeito nenhum.”
Motta já havia afirmado, no início da semana, que não considerava possível ignorar uma pauta levantada pela maior legenda da Casa, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, disse que, ao abordar a possibilidade de anistia, tinha a obrigação de não acirrar a relação entre os três Poderes. “Vamos tratar esse tema de maneira muito tranquila, de maneira muito serena”, afirmou.
A anistia aos réus e condenados pelo ataque ao Palácio do Planalto e aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional é uma das bandeiras de Bolsonaro, que espera que uma versão ampliada do projeto possa anular suas condenações na esfera eleitoral e habilitá-lo para a eleição presidencial de 2026.