O caso mais antigo de exploração no Brasil começou como um trabalho infantil

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A idosa que passou 72 anos em situação análoga à escravidão foi levada para a casa da família onde morava no Rio de Janeiro aos 12 anos de idade. A menina pobre veio do interior do Rio com a promessa de uma vida melhor, mas não foi o que aconteceu.

A vítima tem hoje 84 anos anos e foi resgatada há dois meses, após uma denúncia anônima.

Segundo o órgão, a idosa passou a vida inteira trabalhando para a mesma família sem receber salários nem benefícios. O órgão alerta que casos como o dela, 134 anos após a Abolição da Escravatura, não são raros.

A idosa, que não teve a identidade revelada para preservá-la, está aos cuidados da Prefeitura do Rio desde 15 de março, quando foi resgatada por auditores fiscais do trabalho.

A inspeção foi autorizada pela Justiça do Trabalho.

Ela não casou, não teve filhos e perdeu o contato com os familiares.

Quando a mulher foi resgatada, ela trabalhava como cuidadora da dona da casa e dormia em um sofá, na entrada do quarto principal. Uma denúncia levou o Ministério do Trabalho até a casa, na Zona Norte da capital fluminense.

A narrativa usada pelos patrões nesse caso flagrado no Rio é parecida com a de muitos outros. Segundo os auditores fiscais, eles disseram que a vítima é uma pessoa da família, mas na prática, não havia esse vínculo.

Ela não podia sair, nem receber visitas, nem ter contato com a família porque eles não permitiam. Até a conta bancária da aposentadoria dela era controlada pelos patrões.

O Ministério Público do Trabalho vai denunciar a família. A pena pode chegar a oito anos de prisão.

Mesmo com a existência de uma legislação que determina os direitos do trabalhador, no ano passado, o país registrou o maior número de pessoas resgatadas em condição análoga à escravidão desde 2013.

Foram 1.937 brasileiros retirados de situações degradantes. Mais do que nos sete anos anteriores. Em 2013, 2.808 trabalhadores viviam como pessoas escravizadas.

Com informações do G1