Há um ano, SP vacinava 1ª pessoa contra Covid no Brasil; veja o que mudou e projeções para o futuro

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Davi, de 8 anos, foi primeira criança a ser vacinada contra a Covid no Brasil — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

A aplicação foi feita pela enfermeira Jéssica Pires de Camargo, que também deu o pontapé inicial na imunização das crianças na última sexta-feira (14).

Devido à dependência de insumos farmacêuticos importados para a produção de vacinas, o processo de imunização avançou de forma gradual.

Para o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi, apesar de ter começado de forma lenta no Brasil, em um momento que pedia por mais agilidade, a vacinação contra Covid-19 conseguiu evoluir bem, demonstrando sua importância quando houve a chegada da variante delta.

Passado quase um ano do início da campanha de imunização, na última sexta-feira (14), a mesma enfermeira que aplicou a primeira dose de vacina contra a covid-19 há um ano, Jéssica Camargo voltou ao HC da USP para aplicar a primeira dose pediátrica contra Covid-19 do país no menino Davi Xavante, de 8 anos.

Segundo o especialista em imunização, Marco Aurélio Sáfadi, os vírus respiratórios, como o coronavírus, têm funcionamento diferente de outros como os causadores do sarampo, rubéola e hepatite A, para os quais um indivíduo pode adquirir proteção definitiva por meio da vacina ou após uma infecção natural.

Porém, apesar de as vacinas contra Covid não terem a capacidade de impedir totalmente infecções posteriores, o médico considera que o investimento na imunização contra a doença foi essencial para reduzir o impacto da pandemia. Mortes, hospitalizações, e sequelas da doença teriam ocorrido em escala maior ainda se tivéssemos apostado na chamada imunidade de rebanho, por infecção natural, segundo ele.

Ao longo deste ano de vacinação, pesquisadores puderam obter mais respostas quanto à eficácia e a duração da proteção fornecida por cada imunizante disponível. Com isso, os esquemas vacinais foram sendo adequados – intervalos entre doses, por exemplo, foram reduzidos. Quanto mais pessoas com duas doses, menor o impacto de variantes como a delta no sistema de saúde.

De acordo com o presidente do departamento de imunização da SBP, baseado em pandemias anteriores, o mais esperado é que se atinja um cenário de transição entre uma situação pandêmica e uma endêmica, na qual será possível conviver com o vírus de uma forma diferente.

Vacinando as populações de risco à medida que isso se fizer necessário, e contando com medicamentos para tratar pessoas que mesmo imunizadas vierem a se infectar.

Em relação a como serão as próximas campanhas de vacinação contra Covid, quantas doses irão compor o esquema vacinal básico, a periodicidade e necessidade do reforço, assim como a identificação de quem precisará fazê-lo, Sáfadi disse ao g1 que isso dependerá das características do vírus que estiver em circulação, da variante predominante no momento.

Vacinas de segunda geração, como a da CoronaVac, cujo desenvolvimento já foi anunciado pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, também poderão ser determinantes para o desenrolar das campanhas vacinais e da pandemia em si.

Com informações do G1