O isolamento social, a vacinação em massa e a testagem com rastreamento são as ferramentas mais eficientes no combate ao coronavírus. Quem diz isso são os números. O G1 reuniu dados e preparou oito gráficos que apontam o efeito destas medidas sobre as curvas de casos e mortes por Covid-19 em diversos locais. E conversou com especialistas para contextualizar o impacto de cada uma e entender o porquê de o Brasil pecar na execução delas.
A pandemia completa um ano nesta quinta (11). Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde fez a declaração, após a doença se espalhar por todo o planeta. Um dia depois, no dia 12, o Brasil registrou a primeira morte pela Covid-19 no país.
Epicentro da pandemia nos últimos meses, o Amazonas é um exemplo de como o isolamento social – mesmo quando não planejado – pode afetar a curva de casos e mortes.
Nota técnica elaborada por um grupo de especialistas de seis universidades brasileiras concluiu que o isolamento atingiu seu máximo nos meses de abril e maio em todos os estados, menos no Amazonas.
Casos como o do Amazonas e de Araraquara, no entanto, são exemplos de isolamento não planejado, feitos quando as mortes já estão em níveis altos. São medidas paliativas e não preventivas, explica Lorena Barberia, professora do Departamento de Ciência Política da USP e coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade.
Barberia e seu grupo de pesquisadores estudam o isolamento social no Brasil durante a pandemia e a conclusão deles é que não houve “lockdown” no país em nenhum momento. Nem no período suficiente nem na forma adequada. Por isso, segundo eles, os resultados são ruins.
Ela explica que o “lockdown” deve ser feito em conjunto com a testagem em massa e o rastreamento de contatos.
Considerada referência em testagem e rastreamento durante a pandemia, a Coreia do Sul conseguiu manter os níveis de casos e mortes entre os mais baixos do mundo.
A vacinação em massa é a principal aposta para acabar com a pandemia, mas o ritmo no Brasil ainda está mais baixo que o de outros países, como EUA, Israel, Chile e Emirados Árabes.
Além disso, o aparecimento de novas variantes coloca dúvidas sobre a eficácia das vacinas disponíveis no país. A boa notícia é que, segundo estudos preliminares, tanto a CoronaVac quanto o imunizante de Oxford/AstraZeneca são eficazes contra a variante brasileira.
Dados iniciais divulgados pelos governos de São Paulo e Pernambuco mostram que a vacinação já pode estar tendo efeito sobre a curva de casos e mortes dos grupos prioritários atendidos pelo programa de imunização.