Por Caio Junqueira, CNN Brasil
A chance do retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o que mais motiva alguns generais da cúpula do exército a endossarem o discurso do presidente Jair Bolsonaro pela implementação do voto impresso.
Por isso, endossam o discurso do presidente pelo voto impresso. Generais da ativa e da reserva com quem a CNN conversou defendem a implementação do voto impresso e a defesa que Bolsonaro faz dele, mas não deixam clara sua posição caso ele não seja implementado e como se posicionarão se Bolsonaro for derrotado.
No Exército, por exemplo, esse cenário ainda não foi discutido. As forças costumam atuar na segurança da eleição, mas nunca operaram diante de um questionamento de resultado, ainda mais se ele for feito pelo presidente da República.
Um general, que pediu para não ter seu nome divulgado, disse à CNN ver com preocupação as falas do presidente questionando de antemão a legalidade do pleito de 2022. Considerou a fala perigosa.
No Palácio do Planalto, a expectativa é a de que o presidente consiga apresentar provas de fraude para reverter a posição do Legislativo e do Judiciário, contrários à mudança do sistema. Alguns de seus assessores mais próximos estão fazendo um levantamento para ser apresentado na próxima semana.
Em todas as pesquisas, inclusive nas que chegaram ao Planalto, a taxa de rejeição do presidente é alta. Elas inclusive ajudaram a motivar a reforma ministerial desta semana, mas ainda assim interlocutores do presidente avaliam que há risco de Jair Bolsonaro ser tirado da disputa de 2022, seja por um processo de impeachment, cassação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral ou a denúncia de prevaricação levantada pela CPI da Pandemia.