‘Estou passando fome, faz um PIX’: como pedidos de doação se multiplicaram nas redes sociais?

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Desemprego elevado, queda da renda, redução do auxílio emergencial e a menor circulação nas cidades com a pandemia estão entre os fatores que estão levando as pessoas a implorarem por ajuda nas redes, avalia Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O fenômeno se tornou ainda mais evidente após a criação do PIX, sistema de pagamento instantâneo lançado pelo Banco Central em novembro de 2020.

A criação do PIX também contribui para a prática, já que o meio de pagamentos sem custo para os usuários facilitou a transferência de pequenos valores, antes inviabilizada pelo alto custo de meios de transferência como TED e DOC.

Além disso, o auxílio emergencial levou a um avanço da bancarização da população de renda mais baixa, que agora pode se valer de transferências bancárias para receber doações.

Em meio ao desespero das pessoas que de fato estão precisando de ajuda, no entanto, há também golpistas e robôs que tentam se aproveitar da boa vontade dos doadores, segundo um estudo inédito do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), feito a pedido da BBC News Brasil.

A análise de mais de 1,5 mil tuítes de 181 usuários que pediram doações via PIX num período de 15 dias em julho deste ano revelou que ao menos 4% dos perfis e 10% das postagens tinham “alta probabilidade de comportamento automatizado”. Ou seja, muito provavelmente, são robôs programados para pedir doações nas redes.

Twitter e Facebook — que controla a rede social de mesmo nome e também o Instagram — reconhecem o problema e estimulam os usuários a denunciarem perfis suspeitos.

Independente desses mal intencionados, que infelizmente existem em todos os lugares, estes pedidos de ajuda mostram a triste situação, em que estamos cada vez mais mergulhados.

Com informações da BBC