A imagem do escravo como pessoa comprada por outra e presa com grilhões ficou nos livros de história. Atualmente, as formas contemporâneas de escravidão incluem trabalho forçado, servidão doméstica, formas servis de casamento e escravidão sexual. São situações das quais as vítimas não são capazes de se desvencilhar de forma voluntária, digna e segura. Em Pernambuco, o último resgate de trabalhadores aconteceu no ano passado, no município de Ipubi.
Na cidade do Sertão do estado, 114 pessoas em condições degradantes de trabalho foram resgatados em fiscalização do
Ministério Público do Trabalho (MPT). Entre elas, estavam 13 adolescentes e crianças, incluindo uma menina de três e outra
de cinco anos.
Três casas de farinha foram interditadas Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, lembrado hoje, homenageia o motorista Ailton Pereira de Oliveira e os auditores Eratóstenes de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, assassinados há exatos dez anos, quando investigavam denúncias de trabalho escravo em Unaí, Minas Gerais.
Segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia, o número de trabalhadores flagrados em condições análogas às de escravo foi de 1.054 em 2019. A cidade pernambucana de Ipubi, no Sertão, apareceu como o município com mais autos de infração lavrados no ano passado no Brasil. Foram 227 notificações.
Em seguida, aparecem os municípios de Uruará (PA), Rio de Janeiro (RJ) e Araripina, Sertão pernambucano, com 72 autos de
infração. Na lista, aparece ainda, em 11º lugar na lista, o município de Arcoverde, também no Sertão do estado, com 50 autos. De acordo com o levantamento, foram resgatados 968 trabalhadores em condições análogas às de escravo. Em 2018, o órgão havia registrado 1.723 trabalhadores nessa situação.
Do Diário de Pernambuco