Educação brasileira vive incertezas com pós-pandemia, e provavelmente terá mais de R$ 60 bilhões a menos ano que vem

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Foto: Evelson de Freitas FolhaPress

Atualmente o Brasil tem mais de 10 milhões de analfabetos acima de 15 anos. Mais da metade (52%) da população acima de 25 anos não terminou sequer o ensino médio. Os números, altos, já foram piores. Mas os avanços a passos lentos correm o risco de serem perdidos com a força da pandemia.

A prolongada interrupção das aulas, ainda sem muitas certezas sobre a retomada, e uma crise econômica que pode representar um corte bilionário no caixa educacional para 2021, são as principais incertezas do setor.

Pouco ou quase nada se sabe sobre o acompanhamento dos estudantes em atividades remotas ou aulas a distância atualmente. Um levantamento feito pelo portal de notícias G1, mostrou que somente 60% dos estados tinham dados de monitoramento dos alunos, e os índices demonstraram baixa adesão na aprendizagem.

Já o MEC admitiu que não sabe quantos alunos estão com aulas remotas. Mas não há uma boa perspectiva para investimentos na educação brasileira. O governo declara que, com a crise econômica, o objetivo é cortar R$ 4,2 bilhões do Ministério da Educação em um ano de aumento de gastos em escolas públicas para organizar a volta às aulas presenciais, suspensas desde março.

As más notícias não são apenas em nível federal. A queda na arrecadação de impostos, que são repassados para a educação, poderá tirar R$ 31 bilhões das escolas municipais e R$ 28 bilhões das estaduais.

O detalhe é que mais de 80% dos alunos do ensino fundamental e médio estudam na rede pública.

Além da perspectiva de menos dinheiro, o Ministério da Educação vive tempos turbulentos. Em um ano e meio de mandato do presidente Jair Bolsonaro, já foram quatro os ministros. A longo prazo, sem investimento o país continuará com baixa capacidade de inovação e com índices altos de analfabetismo funcional.

Com informações do G1