Extorsão, venda de armas e munições, indícios da prática de homicídios e lavagem de dinheiro. Esses são os crimes que, segundo a Polícia Federal (PF), são controlados na cidade de Cruzeiro, em São Paulo, por um detento a mais de dois mil quilômetros de distância, em uma penitenciária de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, onde ele tem uma série de regalias e mordomias.
Richard Guilherme, de 24 anos, foi preso em 2021, quando morava em Garanhuns, também no Agreste pernambucano, após a polícia encontrar drogas em um sítio ligado a ele na cidade de Cruzeiro.
Localizado no interior paulista, o município de Cruzeiro é considerado um ponto estratégico para o tráfico de drogas, pois fica perto da divisa de São Paulo com os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
No entanto, de acordo com a PF, a prisão em Caruaru não impediu Richard de continuar cometendo crimes em Cruzeiro. Conversas e imagens interceptadas pela polícia mostram que, mesmo preso, ele dava comandos e fazia ameaças por celular.
Mordomias – Richard vivia uma vida confortável, com acesso a celular, smart TV, ventiladores e carnes caras para churrasco, como angus, que custa cerca de R$ 200.
Dentro da cadeia, ele fazia vídeos, tirava selfies e mantinha contato com a família, que atendia aos pedidos dele, como uma assistência técnica para o celular. As investigações iniciaram em agosto de 2022. Segundo a PF, nove meses depois, a quadrilha também foi presa, incluindo os parentes de Richard.
O Governo de Pernambuco disse que Richard Guilherme foi transferido de penitenciária. Para o secretário nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, novos protocolos são necessários para acabar com o acesso fácil de detentos a itens perigosos.
Com informações do G1 Caruaru