Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, tem uma das maiores cheias dos últimos 15 anos e pode sangrar pela 19ª vez. Depois de já ter sangrado por 18 vezes em sua história e atravessar secas terríveis, o açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, voltou a receber uma significativa recarga no volume de água armazenada e entra 2020 com perspectivas de uma nova sangria.
A três dias de completar 63 anos de existência, Boqueirão, vive dias de bonança e os paraibanos já sonham em ver o oásis se
formar outra vez no Cariri paraibano.
As chuvas que caíram no Cariri paraibano e encheram os rios Taperoá e Paraíba, principais afluentes do Epitácio Pessoa,
elevaram o nível da água do manancial. O açude responsável pelo abastecimento de mais de um milhão de paraibanos distribuídos
em Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema.
Em menos de uma semana, a lâmina de água subiu um metro e meio, o que corresponde a 16,8 milhões de metros cúbicos de nova
água, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA).
Boqueirão amanheceu nesta segunda-feira (13) com 87.956.086 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 18,85% de sua capacidade de armazenamento.
Construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), o manancial viveu a pior seca de sua história, há dois
anos. O nível de água atingiu os 4,8% da capacidade total e o açude chegou na sua reserva técnica, o que provocou um racionamento sem precedentes na história de Campina Grande. Com a chegada das chuvas, e das águas advindas da transposição do Rio São Francisco, o açude recuperou parte de sua recarga e aliviou a vida dos paraibanos que dependem do manancial.
Com capacidade para armazenar 411,686 milhões de metros cúbicos de água, o manancial foi inaugurado em 16 de janeiro de 1957 e logo se transformou na principal fonte de abastecimento de Campina Grande.
Desde a inauguração, há quase 63 anos, Boqueirão sangrou 18 vezes, nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 1980, 1984, 1985, 1986 e 1989. Depois ele passou 15 anos sem sangrar, e só voltou a verter em 2004, depois em 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.
Quando o açude de Boqueirão sangrou pela última vez, em 2011, ele teve a melhor fase de sua história. Segundo os dados da Aesa, ele passou 202 dias transbordando água ininterruptamente.
Com informações do Cariri Ligado