Amazônia tem a maior taxa de desmatamento em dez anos para o mês de março, diz Imazon

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Um levantamento do Instituto Imazon concluiu que a Amazônia teve a maior taxa de desmatamento em dez anos para o mês de março.

O desmatamento recorde surpreendeu os próprios pesquisadores da ONG Imazon. O ritmo das derrubadas costuma diminuir nos meses de março, porque é mais difícil desmatar durante o período mais chuvoso na Amazônia. Mas, dessa vez, não impediu o avanço da destruição.

A Amazônia perdeu 810 quilômetros quadrados de floresta em março. Para se ter uma dimensão do estrago, o tamanho da área devastada é um pouco maior que a cidade de Goiânia. O desmatamento aumentou 216% em relação a março de 2020.

A devastação atingiu principalmente os estados do Pará (35%), Mato Grosso (25%) e Amazonas (12%). A maior parte da floresta que veio abaixo estava em propriedades privadas ou em estágio de posse (66%). Assentamentos (22%) e unidades de conservação (11%) também perderam mata nativa.

Uma das regiões mais desmatadas em 2021 chamou a atenção do Imazon. Ela fica no assentamento Nelson de Oliveira, em Novo Progresso, Sudoeste do Pará.

Em janeiro, a floresta estava intacta. Dois meses depois, surge a marca da devastação, que tem o tamanho de quase 2 mil campos de futebol.

A destruição foi tão acelerada que já comprometeu 40% da área total do assentamento, e se aproxima da região vizinha, a Floresta Nacional do Jamanxim. Essa área, protegida por lei por causa de sua enorme biodiversidade, também vem sendo alvo das derrubadas em 2021.

O Imazon afirma que os grandes desmatamentos avançam principalmente em áreas de florestas públicas onde ainda não há regularização fundiária. E, como derrubar a mata exige maquinário pesado e custa caro, o objetivo dos invasores seria lotear os terremos para faturar alto com a especulação imobiliária na Amazônia.

Com informações do G1