Rumos da diplomacia do governo Bolsonaro seguem um caminho que pode distanciar o país de antigos aliados

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Neste momento, o Brasil depende da Índia para receber vacinas, e depende da China para receber matéria-prima de vacinas. Não é uma situação confortável por causa dos rumos que o governo Bolsonaro deu à nossa diplomacia. O presidente e seu ministro das Relações Exteriores minaram as relações com esses países e ainda apostaram tudo em um alinhamento com Donald Trump.

Em outubro do ano passado, na formatura de novos diplomatas, no Itamaraty, o chefe da diplomacia brasileira, Ernesto Araújo, incentivou os formandos a romper o que chamou de “barreira da mediocridade”, ao se referir à diplomacia tradicional.

Defendeu o alinhamento do governo Bolsonaro com o do então presidente americano Donald Trump e declarou que não se importava em o Brasil se tornar um pária do mundo.

Estado pária é aquele que age fora das regras de relações internacionais. E a política externa de Bolsonaro e Ernesto Araújo segue um caminho que pode mesmo levar a esse distanciamento de antigos aliados.

Um exemplo é a posição brasileira em relação ao pedido da Índia sobre a suspensão das patentes vinculadas ao combate à pandemia. E, agora, dependemos exatamente do governo da Índia para a entrega de um lote de vacinas.

E o Brasil precisa muito de outro importante parceiro do grupo conhecido como Brics: a China, de onde vem a matéria-prima indispensável para as vacinas do Instituto Butantan e da Fiocruz.

Difícil é achar interlocutor que tenha canal aberto com autoridades de lá, porque foram muitos os ataques do presidente Bolsonaro, de seus filhos e ministros aos chineses, inclusive do próprio Ernesto Araújo. Foram ofensas e deboches em declarações públicas e nas redes sociais. E grande parte dos ataques teve relação com a pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a criticar, em entrevista, a vacina produzida na China.

Em diversas ocasiões, a embaixada da China no Brasil repudiou as declarações do governo Bolsonaro e disse que elas poderiam perturbar a normalidade da parceria entre os países. Nos bastidores, o que se fala é que os efeitos desse comportamento começam a ser sentidos agora.

Com informações do G1