Como um recurso do Chrome sobrecarrega uma estrutura fundamental da internet

You are currently viewing Como um recurso do Chrome sobrecarrega uma estrutura fundamental da internet

Por trás do seu navegador, por mais que muitas vezes nos esqueçamos, existe uma infraestrutura gigantesca dedicada a fazer com que o site que você acessa apareça corretamente na tela do seu computador ou do seu celular. No entanto, um recurso específico do Chromium, base do Chrome, do novo Edge, Opera e tantos outros menos conhecidos, está causando um stress excessivo em parte desta estrutura, responsável pela resolução de DNS.

O DNS é fundamental para uso da internet por humanos. Ele funciona como um “catálogo” de internet, permitindo traduzir endereços IP difíceis de decorar em URLs amigáveis, como blogdoerbi.com.br. Este sistema é hierarquizado: a maioria das requisições são resolvidas nos níveis mais básicos do DNS, normalmente oferecidos diretamente pela sua operadora de internet, e pouquíssimas acabam chegando à raiz, o último nível, utilizado apenas quando os anteriores não conseguiram chegar ao resultado.


No entanto, a omnibox do Chrome e dos outros navegadores, tem feito com que essa hierarquia seja rompida. De fato, mais da metade das requisições que chegam até esse núcleo vêm dos browsers que utilizam o Chromium, como relata a Verisign, empresa de segurança de redes que fornece um serviço de servidor raiz de DNS.

Mas o que está acontecendo? A omnibox é a barra de endereços do navegador, mas também é uma barra de buscas, o que cria uma situação nova. O Chrome precisa identificar o que são termos de busca e o que é um endereço de internet, o que é um endereço de intranet e, ainda por cima, evitar que o usuário seja direcionado para uma página de endereço inexistente que tenha sido “sequestrada” por uma operadora para exibição de anúncios.


O que acontece? O Google gera três domínios aleatórios, que deveriam incorrer em exibição de uma página de erro e faz com que sejam verificados com o servidor de DNS. Se dois desses endereços retornarem uma mesma página, significa que o tráfego está sendo “sequestrado” para que outra página seja exibida no lugar da confirmação de endereço incorreto. É uma forma que o navegador tem de descobrir se esse redirecionamento está ocorrendo de forma indevida.

No entanto, em redes em que não há esse redirecionamento, o navegador acaba gerando sobrecarga sobre o sistema de DNS. Isso porque o servidor de nível mais baixo não sabe o que é “bxalynz” e, devido à hierarquização, passa a requisição para o próximo degrau. Como não existe nenhum endereço “bxalynz”, essa requisição é passada adiante até bater na raiz, que finalmente oferece uma resposta de que não existe nenhum site, gerando a mensagem de erro.


Com informações do Olhar Digital